Já em casa, isso por volta de oito e meia da noite,
encontrei meu padrasto Antônio, bêbado na varanda
implorando pra entrar e humilhando-se pelo amor da minha mãe.
Antônio era um ex-ator de novelas, ele era brasileiro
e veio morar na África após ter falido toda sua fortuna com
bebidas alcoólicas e jogos de azar; Por isso acho que ele é tão
frustrado como homem, o que o faz descontar o "amor" que não pôde
desfrutar com possíveis futuros filhos, em mim e meus irmãos, e ás vezes todo
esse carinho excessivo me deixava com raiva e até enojada.
Diante daquela cena dele, ali, caído implorando por
ajuda... Apenas o ignorei e entrei.
- O amor da sua vida, tá lá fora. Ele quer entrar. -
disse a minha mãe.
- Deixe-o ele sabe onde fica a entrada. - ela foi
curta e rápida na resposta.
Passando pela sala cumprimentei meus irmãos e fui para
meu quarto, lá pude pesquisar mais sobre esses tais sanguessugas de que as
pessoas tanto se amedrontavam.
Descobrir algumas coisas do tipo: Palidez excessiva; O
fato de odiarem sol ou calor; De sentirem o cheiro do sangue humano a muitos
metros de distância, Os trajes geralmente muito escuros, e com pouca vida.
Com exceção de sentir o cheiro do sangue
humano, Aila possuía todos os outros quesitos vampirescos. O que me
deixou ainda mais convicta de ela poderia mesmo ser uma dessas
criaturas das trevas.
Deixando meus aposentos e experimentando
pela primeira vez minha habilidade felina, transformei-me ainda com muita dor
e dificuldade; Fui atrás de Aila a fim de descobrir seu real segredo.
Algumas horas depois cheguei à casa de Aila, lá eu a
vi sentada a frente de seu computador, provavelmente estudando para
um teste que teríamos na segunda feira. Lá estava eu, em cima da árvore de
olhos abertos para qualquer movimento brusco aparente que Aila pudesse
fazer, mas a garota mal se mexia... Então me dei conta de que ela não estava
fazendo absolutamente nada. Resolvi descer já retomando minha verdadeira forma
física e tocar sua campainha; Foi quando sua mãe atendeu a porta e pude vê-la
pela primeira vez.
Foi quando me caiu a ficha de que todos esses anos
conhecendo Aila, nunca havia conhecido sua família. Sua mãe era linda; Morena,
alta, magra e pálida assim como a filha. Fui rápida em minhas palavras:
- A Aila está?
- Está sim, quem gostaria? - respondeu-me ela seguida
de outra pergunta.
- Diga a ela que é Giselle. Ela saberá!
- Só um minuto, vou chamá-la.
Aila prontamente me atendeu, convidando-me para entrar
em sua casa.
- Olá Gi, que surpresa. Entra.
- Vamos para o meu quarto. - disse ela subindo as
escadas.CONTINUA..
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