MEIANOITE, Ep. 04 O segredo de Aila (PARTE I)


Já em casa, isso por volta de oito e meia da noite, encontrei meu padrasto Antônio, bêbado na varanda implorando pra entrar e humilhando-se pelo amor da minha mãe.
Antônio era um ex-ator de novelas, ele era brasileiro e veio morar na África após ter falido toda sua fortuna com bebidas alcoólicas e jogos de azar; Por isso acho que ele é tão frustrado como homem, o que o faz descontar o "amor" que não pôde desfrutar com possíveis futuros filhos, em mim e meus irmãos, e ás vezes todo esse carinho excessivo me deixava com raiva e até enojada. 
Diante daquela cena dele, ali, caído implorando por ajuda... Apenas o ignorei e entrei.
- O amor da sua vida, tá lá fora. Ele quer entrar. - disse a minha mãe.
- Deixe-o ele sabe onde fica a entrada. - ela foi curta e rápida na resposta.
Passando pela sala cumprimentei meus irmãos e fui para meu quarto, lá pude pesquisar mais sobre esses tais sanguessugas de que as pessoas tanto se amedrontavam.
Descobrir algumas coisas do tipo: Palidez excessiva; O fato de odiarem sol ou calor; De sentirem o cheiro do sangue humano a muitos metros de distância, Os trajes geralmente muito escuros, e com pouca vida.
Com exceção de sentir o cheiro do sangue humano, Aila possuía todos os outros quesitos vampirescos. O que me deixou ainda mais convicta de ela poderia mesmo ser uma dessas criaturas das trevas.
Deixando meus aposentos e experimentando pela primeira vez minha habilidade felina, transformei-me ainda com muita dor e dificuldade; Fui atrás de Aila a fim de descobrir seu real segredo.
Algumas horas depois cheguei à casa de Aila, lá eu a vi sentada a frente de seu computador, provavelmente estudando para um teste que teríamos na segunda feira. Lá estava eu, em cima da árvore de olhos abertos para qualquer movimento brusco aparente que Aila pudesse fazer, mas a garota mal se mexia... Então me dei conta de que ela não estava fazendo absolutamente nada. Resolvi descer já retomando minha verdadeira forma física e tocar sua campainha; Foi quando sua mãe atendeu a porta e pude vê-la pela primeira vez.
Foi quando me caiu a ficha de que todos esses anos conhecendo Aila, nunca havia conhecido sua família. Sua mãe era linda; Morena, alta, magra e pálida assim como a filha. Fui rápida em minhas palavras:
- A Aila está?
- Está sim, quem gostaria? - respondeu-me ela seguida de outra pergunta.
- Diga a ela que é Giselle. Ela saberá!
- Só um minuto, vou chamá-la.
Aila prontamente me atendeu, convidando-me para entrar em sua casa.
- Olá Gi, que surpresa. Entra.
- Vamos para o meu quarto. - disse ela subindo as escadas.





CONTINUA..
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